sexta-feira, 25 de abril de 2014

O modelo desenvolvimentista brasileiro e seus impactos socioambientais

Debate com Frei Beto no auditório da Faculdade de Direito da UFRGS 


Texto: Valdeci C. de Souza
Fotos: Alan Santos e Cínthia Bordini

O Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre atua de inúmeras formas para estar sempre presente nas questões que envolvem a defesa do meio ambiente. Prova desta atuação, está na realização de seus próprios eventos (como por exemplo, os Pontos Verdes realizados na capital gaúcha) em defesa da nossa biodiversidade. 

Atua também, nas inúmeras campanhas de conscientização da preservação ambiental (matas, florestas, mares e oceanos); na criação de planos de Mobilidade Urbana nas grandes cidades; na defesa de uma sociedade mais justa e de um país mais verde e pacífico. 

Nossa atuação e luta já são bem conhecidas nacionalmente e, não raras vezes, aparecem na mídia e nos debates das redes sociais. O que talvez a grande maioria não sabe, é que o grupo de voluntários do Greenpeace de Porto Alegre também apoia eventos e ações desenvolvidas por outras instituições também interessadas na preservação dos nossos biomas. 

Com este propósito, e sempre atento a estas questões, os voluntários Alan, Cínthia, Heberton e Márcia estiveram presentes na palestra "O Modelo Desenvolvimentista Brasileiro e Seus Impactos Socioambientais" promovido pelo Mogdema - Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente e com o apoio da SAJU e UFRGS. O evento ocorreu dia 24 de Abril de 2014 no auditório da  Faculdade de Direito da UFRGS às 18h30. 

Frei Beto, o palestrante da noite, foi precedido pela apresentação do músico e compositor Raul Elwanger. O Mogdema, em seu convite à população, publicou o seguinte texto para reflexão: 

"O Brasil é um país que possui uma megabiodiversidade com expressiva parcela ainda desconhecida. Nossos ecossistemas brasileiros e nossas riquezas naturais são vitais à população brasileira e ao país, destacando-se a Amazônia como uma grande sistema que desempenha papel chave na regulação do clima sul-americano, inclusive planetário.
Enquanto nossas desigualdades sociais são as maiores entre os países, o modelo econômico e político vigente permite que empresas, em sua maioria multinacionais, se apoderem de nosso solo, água, biodiversidade e minerais. Prioriza-se um modelo colonial exportador de commodities que vem crescentemente degradando a natureza e as condições de vida e os direitos principalmente dos mais pobres.
Este modelo de insustentabilidade, inerente ao capitalismo, teve uma fase de destaque há cerca de 50 anos, após o golpe militar. Agora se aprofunda em uma fase globalizante de hegemonia do capital financeiro e de megacorporações transnacionais. Impera a obsessão pelo crescimento econômico, pelo consumismo e produtivismo. Um modelo que faz questão de não reconhecer a finitude dos recursos naturais e também que qualquer forma de sustentabilidade não pode coexistir com a lógica de acumulação.
Paradoxalmente, uma década após a discussão de “Um Outro Mundo é Possível”, o Brasil acabou por tornar-se uma engrenagem estratégica no funcionamento desse modelo, ressurgindo a sua condição histórica de exportador de matérias primas. Emergem, de forma inusitada e avassaladora, o império da soja, do agronegócio e da exploração de minerais, dos megaempreendimentos e dos megaeventos, e com predomínio de recursos anabolizantes do BNDES. As campanhas eleitorais, por sua vez, fazem retornar a políticos e partidos parte das verbas utilizadas dessas grandes atividades perversamente impactantes, encobertos por grandes oligopólios de comunicação associados a este esquema.
A crise civilizatória está na mesa. Na conjuntura atual, de inquietação crescente, que teve um dos ápices nas manifestações de rua nas grandes capitais do Brasil, em junho de 2013, faz-se necessário e urgente que se levantem mais e mais estas questões, buscando-se caminhos para o restabelecimento dos movimentos e da construção de outros modelos, que priorizem a Vida". 
Após a palestra, os voluntários aproveitaram a oportunidade para captar assinaturas de apoio à Campanha do Desmatamento Zero que visa tornar crime ambiental o desmatamento de nossas matas nativas. Para satisfação dos guerreiros do arco-íris, os participantes no auditório da Faculdade de Direito assinaram nossa petição e mostraram apoio ao nosso trabalho. 
Olívio Dutra 
Olívio Dutra apoia a Campanha do Desmatamento Zero
Olívio Dutra fez questão de assinar a petição e mostrou-se solidário ao grupo e ao trabalho desenvolvido em prol do meio ambiente. Olívio Dutra foi Prefeito de Porto Alegre de 1989 — 1993, Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 1999 — 2003 e Ministro das Cidades de 2003 — 2005. Vale salientar que o ex-prefeito, antes mesmo de se falar em Mobilidade Urbana, já era um defensor do uso da bicicleta e do transporte público como meio de locomoção pela capital gaúcha. Mesmo quando prefeito, se utilizava destes meios para chegar ao seu gabinete de trabalho. Quando não chegava à pé!.  
Frei Beto assinando a petição do DZ 
Outra importante assinatura obtida na ocasião, foi do religioso, teólogo, escritor e palestrante do evento, Carlos Alberto Libánio Christo, mais conhecido como Frei BetoAdepto da  Teologia da Libertação, é militante de movimentos pastorais e sociais, tendo ocupado a função de assessor especial do presidente Lula entre 2003 e 2004. Foi coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero. 
Sílvio Nogueira do Mogdema 
Membros do Mogdema também assinaram nossa petição, como o Senhor Sílvio Nogueira
Como se vê, o grupo de voluntários do Greenpeace de Porto Alegre está sempre atento e participativo nas questões que envolvem a defesa das nossas ideologias e princípios. Sejam eles em eventos de logística própria, ou apoiando ações de outros grupos ambientais. Afinal, meio ambiente saudável é direito de todos e nosso dever (como grupo ambientalista) de estar presentes em todas as frentes de luta. 


Nenhum comentário: