sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Aniversário do ambientalista Chico Mendes

Foto: CC0 commons.wikimedia.org
Chico Mendes estaria de aniversário no dia de hoje 15 de dezembro, completaria 73 anos.
Teve a vida interrompida em 1988, covardemente assassinado, levou com ele todo os desejos verdes de um ambientalista, trabalhador, marido e pai.

Foto: commons.wikimedia.org
Nascido na cidade de Xapuri, Estado do Acre, no dia 15 de dezembro de 1944. Foi um dos maiores heróis do Brasil, talvez um dos poucos. Reconhecido mundialmente pelo seu trabalho como ativista ambiental, porém em seu pais de origem é pouco lembrado.

Sempre realizou suas ações de forma pacífica, feito que o torna um verdadeiro herói.
A autarquia ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade tem seu nome como homenagem. Foi homenageado por Paul McCartney com a música How Many People; homenageado também pelo grupo mexicano Maná com o tema Cuando los angeles lloran; o grupo brasileiro Sepultura homenageou com a música Ambush. No filme The Burning Season, conta a trajetória de Chico Mendes com o falecido ator Raúl Julia interpretando Chico Mendes; o ator brasileiro Cássio Gabus Mendes, também 
interpretou ambientalista em Amazônia, de Galvez a Chico Mendes.

Assista o documentário abaixo, produzido em 1989 pela extinta Rede Manchete.
Se chama Chico Mendes - A voz da Amazônia.




Felipe Reginatto
Voluntário do Greenpeace Porto Alegre

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Greenpeace Porto Alegre em Guaíba/RS para ver os impactos causados pela fábrica de celulose.


  Pensa na seguinte cena: Um monstro gigantesco expelindo fumaça e detritos por diversas bocas, atacando pessoas muito assustadas que tentam resistir. É mais ou menos isso. 

  Essa é a realidade vivenciada por moradores da cidade de Guaíba, RS. Uma outrora pacato e arborizado bairro emoldurado pela trágica visão da fábrica que está instalada às margens do Rio Guaíba, que abastece várias cidades da região, inclusive a própria capital do Estado. 

  A fábrica chegou destruindo, espantando aves e outros animais. Recentemente, foi autorizado pelo poder público a ampliar sua produção, gerando mais destruição a natureza. 

Terrenos com mais de cem metros de fundo, repletos de árvores, foram transformados em área industrial. Um grande muro foi construído defronte às residências. As aves remanescentes que ali habitavam, desapareceram. 

Na verdade, não houve ampliação do empreendimento fabril, mas ocorreu a construção de uma nova fábrica ao lado da antiga. Neste local há um imenso depósito de serragem a céu aberto. Uma tela instalada ao entorno não é suficiente para impedir que o produto vá a atmosfera e as residências.

  A via pública que separa as duas foi fechada para a população.  Foi privatizada arbitrariamente.  Assim, a cidade foi dividida.  As pessoas que moram no entorno da fábrica foram apartadas do restante da cidade. 

 A cidade não está dividida apenas geograficamente.   Social e politicamente bem também está.   De um lado o empreendimento e de vereadores e outros políticos que apoiam e de outro a população da cidade.
  
E porque os políticos apoiam?  

Por que a fábrica oferece empregos? 

Por que a fábrica paga impostos vultosos?   

Não, nada disso.  

  A fábrica oferece empregos mal remunerados, em condições de trabalho e moradia aviltantes, não paga impostos, pois ficou isenta até 2019 e agora ocorreu prorrogação até 2024.  As obras do entorno que seriam responsabilidade do empreendimento na verdade foram feitas pelo poder público.  Asfalto, ciclovia, iluminação, etc....   tudo de dinheiro público.    

  O grupo de voluntários do Greenpeace Porto Alegre, a convite da comunidade foi a Guaíba verificar “in loco” o que está acontecendo.

  Participaram do evento os ativistas Cínthia,  Anderson,  Luciele, Maria Alice e Reginaldo. Os voluntários constataram o elevado grau de poluição,  com  diversas chaminés lançando fumaça incessantemente na atmosfera, com o odor gerado no processo produtivo, serragem que invade o ambiente e se acumula nas residências, com águas certamente contaminadas vazando do pátio da fábrica, circularam pela beira da praia. 

  Um outrora tranquilo balneário de águas límpidas que atraia turistas, hoje um lugar poluído.  Os frequentadores sumiram, os turistas não mais vieram. O hotel fechou. Beira da praia muito suja, água com espuma escorrendo de dentro do empreendimento.

  Segundo os moradores, na água se acumulam os detritos da madeira lançados no ar, de tal forma que se tornou uma base praticamente movediça e elevou o fundo do rio no local, tornando inviável o uso da praia pela população. Na Praia da Alegria, como é conhecida, os voluntários em parceria com as outras ONGs e moradores fizeram um ato público, com exibição de faixas, cartazes e roupas de proteção específicas. 

  O grupo de teatro Comparsaria das Façanhas fez uma performance alusiva ao tema.  Estavam presentes, também, representantes da comunidade, Amigos da TerraAssociação de Amigos do Meio Ambiente. Foi feita uma reunião de esclarecimentos e debate bastante produtiva.  Foi exposto todo o histórico do empreendimento e ficou claro que, contrariamente ao que diz o empreendedor,  a população lá se encontrava bem antes da fábrica. 

  Pessoas relataram problemas de saúde, físicos, como relativos às vias respiratórias e olhos e fortes dores de cabeça, e psicológicos, como ansiedade e depressão. 

 As pessoas dormem mal, em função do barulho excessivo à noite, quando a produção aumenta, dos odores emanados e à excessiva iluminação. Depois da discussão, os presentes  foram para a frente da fábrica com faixas e cartazes, fazendo registros fotográficos. Ao deixarem a cidade,  os voluntários passaram novamente pelo pórtico com a inscrição Balneário  Alegria.

Não mais balneário, não mais alegria.

Para acessar o álbum de fotos CLIQUE AQUI!! 

Texto: Reginaldo Porto Alegre
Fotos: Reginaldo Porto Alegre, Anderson Centeno e moradores.