sábado, 23 de julho de 2016

Arte Tapajós em Porto Alegre

Salve o Coração da Amazônia! 


Pare e pense, por um minuto, se você tivesse nascido na aldeia Sawré Muybu e fosse um indiozinho da tribo Munduruku. Como criança livre da mata, tivesse uma floresta para caçar, brincar e correr e um belo rio para nadar e pescar. Nas noites ao luar, reunido com sua família e seus amigos da aldeia, ouvir os mais velhos a contar histórias de seus antepassados e, todos juntos, pensar no futuro e no bem estar de todos. 


Agora pense, por outro minuto que, de repente, seu mundo (sua aldeia, no caso) estivesse correndo o risco de simplesmente sumir do mapa e que terá que viver em outras terras, talvez longe de seus amigos, dos animais que tanto admira e das plantas que, em algum momento de sua vida, aliviaram sua dor, curaram alguma doença, salvaram a vida de seus companheiros... E agora? Como viver com esta incerteza e o que fazer para defender sua terra e sua gente?

No momento em que o Governo Federal planeja construir as usinas hidrelétricas no rio Tapajós, em pleno coração da Amazônia, não é só uma floresta com sua fauna e flora com toda sua biodiversidade que vamos colocar em risco, mas vamos permitir - todos nós - homens brancos ditos civilizados, sangrar o coração de doze mil índios. 

Reflita: Você vai permitir que isso ocorra com estes brasileiros que vivem da floresta e que merecem respeito e dignidade como todo e qualquer ser humano? 

O Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre, acredita que isso não pode ocorrer e luta, com outros voluntários do Greenpeace do Brasil e no mundo inteiro, para barrar a construção destas barragens nas terras dos Mundurukus e pela não construção das hidrelétricas no Rio Tapajós. 

Neste sábado (23.07.16) das 14h30 às 18h, os voluntários Emerson PratesPaula Dreher e Maria Alice Seidel realizaram a pintura da Arte Tapajós na parede do imóvel situado no bairro Bom Jesus de propriedade do casal Ernesto e Rejane avós do também voluntário Rafael Posselt que cederam o espaço para a realização da pintura. A Voluntária Denise S de Souza foi a responsável por criar os stênceis em papelão e papel para a realização deste trabalho. 

Sabemos que é pouco diante de tamanha barbaridade, mas é a forma que encontramos de ajudar os Mundurukus a permanecerem em suas terras. Sabemos que podemos, desta forma, inspirar outras pessoas a nos ajudar nesta causa e assim pressionar o governo a desistir deste projeto predatório com grandes e profundos impactos ambientais e sociais em pleno coração da Amazônia. 

Você também pode ajudar, entre no link SALVE O CORAÇÃO DA AMAZÔNIA!
e assine a petição para barrarmos as barragens no Rio Tapajós.

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Texto: Valdeci C. de Souza 
Fotos: Paula Dreher

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Palestra na E.M.E.F. Professor Anísio Teixeira

Alunos EJA da EMEF Professor Anísio Teixeira preocupados com a construção das hidrelétricas no Rio Tapajós. 

O Projeto Escola, do Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre, esteve na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Anísio Teixeira, na capital gaúcha para ministrar a palestra "Os Desafios das Mudanças Climáticas" a convite do professor Gustavo Bastos.

Os voluntários Emerson Prates, Paula Dreher e Guga Bastos, falaram para 60 alunos do E.J.A e respectivos professores da instituição de ensino no período das 19h20 às 21h40. Entre os temas debatidos durante a palestra, destacam-se: Mudanças climáticas, gases do efeito estufa, obsolescência programada, consumo responsável, práticas sustentáveis e a história do Greenpeace com suas ações e campanhas no Brasil e no mundo. 

O projeto do governo federal de construir usinas hidrelétricas no Rio Tapajós - em pleno coração da Amazônia - também foi debatido com os estudantes. Os grandes impactos ambientais e sociais na construção das barragens no único rio livre do Brasil - o Tapajós - foi recebido por todos com grande perplexidade. O debate logo se estabeleceu em razão da preocupação de todos com a extinção da flora e fauna endêmicos da região, a desapropriação das terras de doze mil índios Mundurukus entre outros dez crimes ambientais citados no relatório "O Rio da Vida" disponível em PDF no site do Greenpeace Brasil. 

Após a palestra, o professor Gustavo Bastos recebeu materiais gráficos de campanhas da ONG para ser exposto na biblioteca da instituição para pesquisa de alunos e professores. Ficou acertado também, em razão da grande receptividade de todos com o Green Porto Alegre, a realização, num futuro próximo, oficinas de produção de stencil e pinturas de camisetas da campanha "Salve o Coração da Amazônia"#ArteTapajós

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Texto: Valdeci C. de Souza
Fotos: Paula Dreher


terça-feira, 19 de julho de 2016

Palestra na Biblioteca do Serviço Social da Indústria - SESI / São Leopoldo

Alunos do SESI e EMEF Franz Louis Weinmann - São Leopoldo, RS. 


O Projeto Escola do Green de Porto Alegre esteve, na manhã desta terça-feira (19.07.16), na Biblioteca do Serviço Social da Indústria - SESI / São Leopoldo, para falar aos jovens sobre "Os Desafios das Mudanças Climáticas". 

O convite para este encontro, partiu da bibliotecária Beatriz Soares com o propósito de proporcionar aos estudantes da instituição de ensino, informações sobre as atividades do Greenpeace no Brasil e no mundo e também discutir com a gurizada, a importante questão do aquecimento global. 

Participaram da palestra que ocorreu das 9h30 às 11h10, vinte e cinco alunos do SESI, vinte estudantes da EMEF Franz Louis Weinmann e três professores.

Entre os temas debatidos pelo palestrante Valdeci C. de Souza, destacam-se: Aquecimento global, gases do efeito estufa, consumo responsável, obsolescência programada, práticas sustentáveis, pegada ecológica e voluntariado. 

Como não poderia deixar de ocorrer, a nova campanha do Greenpeace "Salve o Coração da Amazônia" também foi abordado com os jovens estudantes. Todos foram convidados a assinarem a petição contra a construção das hidrelétricas no Rio Tapajós e a compartilharem esta campanha com seus amigos e familiares para que eles também se juntem ao Greenpeace para - juntos - barramos a construção destas barragens na Amazônia. 

A participação de todos com perguntas e depoimentos tornou a palestra mais dinâmica e produtiva. A gurizada mostrou muito interesse - e perplexidade - com o projeto da construção das barragens nas terras da tribo indígena dos Mundurukus e toda a questão do impacto ambiental e social na Amazônia. 

Ao final do encontro, todos fizeram questão de serem fotografados com os voluntários do Green de Porto Alegre.

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Texto: Valdeci C. de Souza 
Fotos e Logística: Denise da S. de Souza


domingo, 17 de julho de 2016

2º Abraço Cultural ao Dique de Cachoeirinha

Green Porto Alegre com a produtora cultural Sônia Zanchetta 


O Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre participou, na tarde deste domingo (17.07.16), do 2º Abraço Cultural ao Dique, em Cachoeirinha, RS. O evento foi organizado pela ONG NAN com a Coordenação de Patrick Schons Jover


Os voluntários Emerson, Paula, Cínthia, Denise e Valdeci  conversaram com o público presente ao evento, sobre a campanha "Salve o Coração da Amazônia". 

As pessoas que chegavam à nossa barraca e tomavam conhecimento deste projeto do governo federal de construir barragens e usinas hidrelétricas no Rio Tapajós, ficavam indignadas e acrescentavam que assinariam a petição para evitar que este projeto siga adiante. 

Falar sobre os impactos ambientais e sociais destas barragens no Rio Tapajós com a desapropriação de mais de 12 mil índios da tribo Mundurukus, bem como a extinção de fauna e flora endêmicas, teve grande repercussão e serviu para abrir um grande debate local sobre a necessidade, urgente, de todos se unirem contra esta barbaridade e preservarmos esta importante biodiversidade que é a amazônia. 

O Piquenique da Leitura, realizado por Sônia Zanchetta, também esteve presente ao segundo abraço cultural ao dique. Distribuição de mudas, brechó, e a imprensa local, também se fizeram presentes. 

Pintura de camiseta com o logo #ArteTapajó
O objetivo do Green de Porto Alegre foi plenamente realizado nesta atividade, uma vez que foi possível conscientizar o público presente para pressionar o governo federal a rever sua matriz energética e investir em fontes de energias realmente renováveis como a energia eólica e solar. 

Ajude-nos a barrarmos a construção destas hidrelétricas no único rio livre do Brasil, o Rio Tapajós. Acesse o link: Salve o Coração da Amazônia e assine a petição. 

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Texto: Valdeci C. de Souza
Fotos: Valdeci, Cínthia, Patrick, Denise 


terça-feira, 12 de julho de 2016

Palestra na E.E.E.M Baltazar de Oliveira Garcia

Os Desafios das Mudanças Climáticas e as hidrelétricas do Rio Tapajós debatidos com 180 alunos do ensino médio

O Projeto Escola, do Green de Porto Alegre, esteve na tarde desta terça-feira (12.07.16) na Escola Estadual de Ensino Médio Baltazar de Oliveira Garcia, em Porto Alegre, RS para ministrar a palestra "Os Desafios das Mudanças Climáticas". 

A Luta Pelo Rio da Vida 

O encontro ocorreu das 13h45 às 15h15 no refeitório da instituição e contou com a participação de aproximadamente 180 alunos e cinco professores. 



Além da questão do aquecimento global, outra pauta abordada pelo palestrante Valdeci C. de Souza, foi o plano do governo federal de construir usinas hidrelétricas no Rio Tapajós em pleno coração da Amazônia. 




Os estudantes tomaram ciência, pelos relatos do palestrante, dos impactos ambientais e sociais que serão profundos caso o governo federal leve adiante a construção destas barragens em pleno Rio Tapajós, tais com: destruição de grande parte da biodiversidade da região, extinção de parte da fauna e flora endêmicas deste importante bioma e a expulsão de mais de doze mil índios Mundurukus de suas terras.



Todos os presentes foram convidados a assinarem a petição para pressionarmos o governo federal a desistir destas barragens faraônicas e predatória no único rio livre do Brasil, o Rio Tapajós. 
 Impactos ambientais e sociais das hidrelétricas no Rio Tapajós


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Texto: Valdeci C. de Souza 
Fotos e logística: Denise da S. de Souza

domingo, 10 de julho de 2016

Lançamento da Campanha "Salve o Coração da Amazônia"

Green Poa no lançamento da campanha "Salve o Coração da Amazônia" em Porto Alegre, RS. 
O Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre, juntamente com os demais grupos do Greenpeace no Brasil, saiu às ruas neste sábado e domingo para lançar a campanha "SALVE O CORAÇÃO DA AMAZÔNIA para informar aos brasileiros o plano do governo federal em construir hidrelétricas no Rio Tapajós em pleno coração da Amazônia. 

O grande impacto ambiental e social na construção destas barragens, no único rio livre do Brasil, terá consequências profundas, entre elas: perda de parte importante da biodiversidade da floresta amazônica; na desapropriação da aldeia dos índios Mundurukus (que lutam há décadas pela demarcação de suas terras), extinção de grande parte da fauna e da flora endêmicas da região e muitos outros impactos irreparáveis. 

Mais de um milhão de pessoas já assinaram a petição - via online - contra a construção destas barragens e, neste fim de semana, foi a vez dos grupos de voluntários do Greenpeace Brasil saírem às ruas para alertarem o povo sobre esta monstruosidade faraônica no coração da floresta que é patrimônio de toda a humanidade. Informados deste problema, os voluntários pediam às pessoas que se somassem aos nossos esforços para fazerem pressão ao governo para que ele abandone este projeto prejudicial à biodiversidade da grande floresta. 

Os voluntários Emerson, Cinthia, Paula, Giovane, Felipe, Alice, Michelle, Denise, Valdeci, Luciele e Letícia estiveram neste domingo (10.07.16), no Parque da Redenção para o lançamento desta importante campanha na Capital Gaúcha. Durante o Ponto Verde, os ambientalistas do Green Poa conversaram com as pessoas que chegavam ao espaço, sobre os objetivos da campanha e os convidavam a assinarem a petição no site da ONG contra a construção desas barragens. 

Durante todo o dia, foram pintadas Inúmeras camisetas com o logo #ArteTapajós e materiais gráficos também foram distribuídos. 

A parceria do Green Poa com o Projeto Selva
Paralelamente a este ponto verde realizado na Redenção, outra atividade artística ocorria no Largo da Epatur com os grafiteiros do #ProjetoSelva na criação de um belíssimo grafite com tema da campanha "Salve o Coração da Amazônia. Vale aqui nomear os artistas do #ProjetoSelva envolvidos neste trabalho: Leandro Alves, Giuliano Lenuzza, Bruno Cacolichio. Produção de Alan Diohnez, Auxiliar de Produção Rodrigo Jardim e Daniel Bocoly com apoio da T's TV Show. 

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#ProjetoSelva 


Texto: Valdeci C. de Souza 
Fotos: Valdeci C. de Souza / Denise da S. de Souza

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Um Gaúcho no Coração da Amazônia

Ajudando os Mundurukus a demarcarem a Terra Indígena Sawré Muybu 
Emerson Prates, atual coordenador do Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre, esteve na aldeia dos índios Mundurukus, junto com outros voluntários do Greenpeace Brasil e Internacional, para participar do acampamento que a ONG está realizando no local para dar início à campanha “Salve o Coração da Amazônia”

O objetivo desta nova campanha, é ajudar os índios na demarcação de suas terras e também pressionar o governo federal a não levar adiante o plano da construção das barragens hidrelétricas no Rio Tapajós.

Após seu regresso, Emerson Prates concedeu a seguinte entrevista ao voluntário Valdeci C. de Souza para relatar sua experiência na floresta e a importância desta nova campanha.

Green Poa: Que motivação levou você a participar do Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre?

Emerson Prates: Desde menino sempre tive preocupações com o ambientalismo.   Tanto, que era fã de programas da National Geografic ou programas afins.  Aos 35 anos, percebi que deveria fazer alguma coisa de efetivo em favor da natureza. Principalmente para inspirar os meus filhos, que na época, estavam com 15 anos (casal de gêmeos) e uma menina de 11 anos. Acreditava (e ainda acredito), que o exemplo é melhor que a palavra. Assim, quando surgiu a oportunidade, me tornei voluntário do Greenpeace.

Green Poa: Neste período como voluntário na defesa do meio ambiente, que ação ou campanha foi a mais gratificante?

Emerson Prates: Já participei de inúmeras campanhas e ações como voluntário, mas a ação que mais me emocionou foi ter participado da atividade em uma escola em Gravataí, RS. Nesta oportunidade, realizamos com as crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, brincadeiras lúdicas e educativas com temas relacionados ao respeito ao meio ambiente e aos animais.  Foi gratificante ver a reação, participação e engajamento de todos com esta atividade. Inclusive, recebemos uma singela homenagem da gurizada.

Outra atividade interessante de citar, foi a parceria com o Fórum Ambiental de Porto Alegre onde o grupo foi convidado a fazer um levantamento das árvores tombadas na grande tempestade que assolou Porto Alegre no dia 29 de janeiro deste ano. O objetivo da ação seria o replantio de algumas árvores tombadas.  Foi legal acompanhar todo o processo, como o levantamento de espécies raras e nativas da nossa região que, não fosse este trabalho, seriam simplesmente cortadas e descartadas como lenha.  Este trabalho foi importante para provar, inclusive para os órgãos ambientais locais, que árvores caídas não estão mortas e hoje, algumas delas, estão de pé e bem vivas.

Árvore centenária no coração da Amazônia
Green Poa: O Projeto Escola do Green de Porto Alegre, tem realizado inúmeras palestras na capital gaúcha e região metropolitana. Como palestrante, você tem atuado neste importante meio de divulgação das atividades do Greenpeace e também na conscientização dos jovens estudantes nas questões do aquecimento global e tudo mais. Como você analisa o grau de preocupação dos estudantes com estas questões? As escolas estão fazendo um bom trabalho na educação ambiental?

Emerson Prates: A receptividade dos estudantes, tanto do ensino médio como do ensino fundamental têm sido a melhor possível.  Acredito que este trabalho é importante, na medida em que, após as palestras, alguns jovens mostram interesse em acompanhar mais de perto estas questões e também participarem ativamente como ambientalistas. Todavia, é preciso que este trabalho do Projeto Escola continue para que possamos, cada vez mais, inspirar esta juventude para a importância das práticas sustentáveis.  Infelizmente, em termos pedagógicos, algumas escolas estão precisando trabalhar mais a questão ambiental de forma mais sistemática e com aprofundamento. Tenho notado, que as escolas que fazem este trabalho de forma mais séria, os alunos são mais engajados e participativos.

Green Poa: Como você recebeu o convite para participar do acampamento junto à reserva indígena dos Mundurukus?

Emerson Prates: Em razão das minhas inúmeras atividades como voluntário e também das minhas capacitações como ativista, fui convidado para integrar a equipe do Greenpeace que estaria junto com a tribo indígena dos Mundurukus na aldeia Sawré Muybu para, junto com a tribo, evitar a construção das hidrelétricas no Rio Tapajós. Outra ação importante também, foi no apoio aos Mundurukus a fazerem a sua autodemarcação de terras para pressionar o governo federal a homologar a demarcação de suas terras.

Green Poa: Conte-nos um pouco sobre a rotina diária no acampamento. Quais eram tuas responsabilidades, o que fazias nas horas de folga, etc...

Emerson Prates: Fui designado a trabalhar na cozinha do acampamento na supervisão da grande cozinheira (e agora grande amiga), Iracema.  Também, me voluntariei para trabalhar em outras atividades para o bom desempenho do grupo como um todo na aldeia. Entre estas atividades, realizei por lá expedições para demarcações de terras, transporte de mantimentos, toras de madeiras para construções em geral, limpeza de banheiros... Enfim, tudo o que precisava ser feito, todo mundo participava como grupo unido. Lazer mesmo, só apreciar a natureza, constatar a convivência harmoniosa dos índios com aquele lugar paradisíaco e ouvir os pássaros. E alguns banhos de rios e igarapés que ninguém é de ferro!

Aldeia  Sawré Myubu 
Green Poa: Que experiência você trouxe na bagagem?

Emerson Prates: São várias experiências que trago da floresta e da convivência com este povo fantástico que são os Mundurukus. Primeiramente gostaria de citar o espírito de coleguismo e de harmonia de todos os voluntários lá presentes. Apesar de cada um ter sua função específica dentro da aldeia e da logística de funcionamento do local, todos atuavam em todas as áreas e se voluntariavam a realizar outras tarefas além do estipulado “oficialmente”. A hierarquia de chefia e de comando que existe para a realização de uma campanha deste porte, se diluía no dia-a-dia, na medida em que cada um estava preocupado – não só com a sua atividade, mas com a harmonia do todo. A convivência era pacífica e harmoniosa. Este aspecto de grupo foi muito legal ter vivenciado.

Outra experiência interessante, foi a convivência com os índios e perceber a necessidade urgente que temos de preservar suas terras, seus valores e costumes. Para quem vem de uma cidade grande como Porto Alegre e, de repente se depara com a vasta Amazônia, uma outra realidade se abre e um outro povo se apresenta. Foi gratificante sentir na pele os valores do verdadeiro ambientalismo que sempre defendi e luto para preservar. Ali na aldeia, tive a clara noção de como é fácil a convivência com a mãe natureza e como é possível ter uma vida sustentável.  A parte teórica do ambientalismo é interessante, mas assistir, ao vivo, esta convivência foi emocionante.  Falar em respeito ao próximo, à floresta, aos animais e toda esta biodiversidade deste país continental é legal, mas vivenciar e participar disso tudo foram experiências de uma vida toda. Tornei-me índio nestes dias e quero levar esta experiência para o meu grupo e para a minha luta por um país mais verde e sustentável.

Voluntariado e Ativismo: Só aventura 
Green Poa: Qual foi a maior dificuldade de conviver na densa floresta e na companhia dos índios neste importante momento da vida na aldeia?

Emerson Prates: A maior dificuldade que encontrei, foi deixar de lado minha ideia de vida de homem branco. Afinal, nossas culturas e tempo de ação são bem diferentes. Não tem como chegar lá e exigir ação para determinada atividade se este não é o momento deles. Ou tentar impor alguma coisa. Tive que trabalhar de acordo com o pulsar da aldeia. Abandonar cultura do homem branco não é fácil, assim como também não deve estar sendo fácil, a convivência conosco. Tudo é uma questão de convivência e respeito. Eles aceitam nossa ajuda, nosso trabalho e empenho em preservar suas terras, mas dentro de suas possibilidades como índios donos das terras. Eles são os donos, nós estamos ali somente para ajudar. 

Green Poa: Qual a importância desta campanha a nível nacional e mundial e como ela será desenvolvida pelo Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre?

Emerson Prates: A campanha, a nível mundial e nacional, é importante na medida em que torna pública a necessidade de preservar este importante bioma que é a Amazônia. Não é possível que o governo federal queira destruir tudo isso para a construção de barragens e usinas hidrelétricas no coração da floresta e não respeitar os índios, a fauna e a flora local. A respeito das atividades a serem desenvolvidas pelo grupo de voluntários do Greenpeace de Porto Alegre, será dar continuidade desta campanha no Estado através de nossas atividades nos pontos verdes, projeto escola e mostrar ao público a necessidade de assinarem a petição para que o governo federal não venha a construir as barragens no Rio Tapajós. Será um trabalho de formiguinha, assim como diz a tradução da palavra Munduruku: Formiga Vermelha.

Green Poa: Quais os impactos ambientais e sociais na construção destas barragens hidrelétricas em pleno coração da Amazônia?

Emerson Prates: Os impactos ambientais e sociais são imensos. No relatório “A Luta Pelo Rio da Vida” divulgado pelo Greenpeace, constam dez crimes ambientais que serão cometidos na construção destas barragens (páginas 12 e 13). Só pra citar alguns, diria que a extinção de plantas e animais endêmicos, remoção dos grupos indígenas de suas terras e a paralisação da homologação da Terra Indígena Sawré Muyby (que já se arrasta há décadas) são alguns malefícios destas barragens em pleno coração da Amazônia.

Aldeia Sawré Muybu
Green Poa: Conte-nos um fato ou ação que ficará marcado na tua memória.

Emerson Prates: Dar de cara com uma cobra coral verdadeira numa das trilhas que realizei em plena floresta.  Inesquecível também foi a ferocidade dos mosquitos Pium. Nunca vi tantos em ação... Repelente para eles era tempero! Falei em aranha? Meu Deus! Enfim, viver na floresta com a bicharada no seu habitat natural foi tri, mas não foi fácil (risos).

Green Poa: Tuas considerações finais.

Emerson Prates: Não posso deixar de falar na importância de ter conhecido e convivido estes dias, com o verdadeiro “Heroi da Floresta”, Sr. Paulo Adário. Um sujeito boa praça que luta pela preservação da floresta 24 horas por dia. No meu segundo dia na floresta, participei de uma reunião com os índios em que o Paulo Adário fez uma breve prelação a todos e, de forma emocionante, citou que ali estavam reunidos os verdadeiros guerreiros da floresta: Os índios Mundurukus e os Guerreiros do Arco-Íris. Foi um momento em que percebi que estava no lugar certo. Participar desta luta em defesa da Amazônia e de toda esta biodiversidade não tem preço.




Duas Palestras na E.M.E.F. Mário Quintana

Palestra para 140 alunos dos anos finais do ensino fundamental na EMEF Mário Quintana 


O Projeto Escola, do Grupo de Voluntários do Greenpeace de Porto Alegre, esteve nesta sexta-feira (08.07.16), na Escola Municipal de Ensino Fundamental Mário Quintana, em Porto Alegre, RS para ministrar duas palestras para os alunos dos anos finais do ensino fundamental. 

O convite para falar aos jovens estudantes, partiu da professora Simone Pinheiro. O primeiro encontro ocorreu das 10h às 11h30 e contou com a participação de aproximadamente 70 alunos e um professor. 

A palestra no período da tarde ocorreu das 13h30 às 15h e também contou com a presença de aproximadamente 70 alunos e um professsor. 


Os temas tratados pelo palestrante Emerson Prates, em ambos os encontros, foram: Os desafios das mudanças climáticas, práticas sustentáveis, fontes de energias renováveis e os impactos ambientais e sociais na construção das barragens no Rio Tapajós. 

Os alunos participaram ativamente da palestra com perguntas e relatos. Foi possível, pelo debate, conscientizar esta gurizada a importância da diminuição das emissões de gases do efeito estufa e também barrarmos a construção das hidrelétricas em pleno coração da amazônia.

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terça-feira, 5 de julho de 2016

Duas Palestras na Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Clotilde Batista

Alunos do sexto e sétimo anos da turma da manhã 

Hoje foi dia de realizar duas palestras para os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Clotilde Batista, de Canoas, RS. 

A primeira palestra ocorreu das 10h15 às 11h40 e contou com a participação de aproximadamente 70 alunos do sexto e sétimo anos e três professoras. 

O segundo encontro ocorreu das 13h15 às 14h45 e teve a participação de aproximadamente 50 alunos e três professoras. 

Durante os dois encontros, os alunos conheceram melhor a história do Greenpeace no Brasil e no mundo e assistiram vídeos. No segundo momento da palestra, os temas abordados foram: Os desafios das mudanças climáticas, aquecimento global; gases do efeito estufa; consumo consciente; obsolescência programada, fontes de energias renováveis e práticas sustentáveis. 

Duas turmas do sexto ano no turno da tarde

Outro assunto importante levantado pelo palestrante Valdeci C. de Souza foi a construção das barragens no Rio Tapajós e todo o impacto ambiental e social desta obra. 

Foi muito produtivo estes dois encontros já que a gurizada escolar estava muito interessada e participativa. Após o encontro da tarde, alguns estudantes fizeram questão de serem fotografados com o palestrante e, mais desinibidos, fizeram inúmeras perguntas. 

O joven Marcos, deu de presente ao palestrante, desenhos à caneta feitos durante a palestra. 

A professora Denise Rubim, que foi a responsável pela logística no manuseio dos equipamentos para a exibição da palestra e dos vídeos, recebeu os materiais gráficos das campanhas do Greenpeace para serem expostos na biblioteca da instituição para consulta de alunos e professores. 

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Texto: Valdeci C. de Souza 
Fotos: Antony (aluno) e Valdeci C. de Souza


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Nhemonguetá - Conselho Mbya Guarani


Texto e imagens: Cínthia Bordini
Nestes último sábado tive a satisfação de presenciar este depoimento emocionante de um indígena...
“O jurua, ou homem branco, está destruindo a mãe terra, que tipo de guerreiro destrói sua própria mãe?” Palavras de um índio Mbya Guarani com lágrimas nos olhos.
Estas experiências tem reforçado a certeza de nossa luta para a preservação de toda a cultura e biodiversidade dos povos indígenas e sua morada, pois onde tem índios existe preservação de todo o bioma. (Emerson Prates)

No sábado, 2 de julho, os voluntários do Greenpeace, Emerson, Paula, Giovani e Cínthia,participaram do "Lançamento do Projeto Nhemonguetá" ( nhemonguetadoc.wix.com/nhemongueta ). O evento contou com a presença de lideranças indígenas, representantes dos Grupos de Cantos e Danças Tradicionais, convidados especiais, a equipe do projeto, apoiadores e público em geral. 


Segundo os organizadores do evento, "Nhemonguetá é uma expressão Mbya Guarani que significa "conselhos" e também uma relação de aconselhamento. Como é próprio da cosmovisão desta cultura de acentuada prática de resistência cultural, entendemos essa expressão em um sentido amplo. Nhemonguetá envolve o conjunto de saberes comunitários construídos através da aprendizagem cotidiana e ritual, entram aí as novas descobertas ou a sabedoria herdada dos mais velhos, dos ancestrais. É que para se ter uma boa idéia e percepção acerca deste significado, o que é preciso fazer é imaginar que desde o ponto de vista Mbya Guarani, para tudo há "conselho", uma palavra de orientação. Toda a forma de saber, explícita ou implicitamente, retrata relações estabelecidas entre gerações e com o meio ambiente, com a terra, com as crianças, das quais fazem parte o respeito. Uma lição tão básica, de reconhecer que o conhecimento verdadeiro se assenta em alianças que lhe são fundamentais." 
Foi uma experiência profunda de aprendizado, acolhimento, paz  e acolhimento... Durante o conselho, vai passando o chimarrão, o cachimbo, a bergamota, a batata-doce assada nas chamas do fogo sempre aceso durante o Nhemonguetá...
A fogueira
O cachimbo
O chimarrão. 

 Na ocasião, tivemos a oportunidade de conhecer e estabelecer parceria com o povo Mbya, na pessoa de Jaime, liderança Guarani. Entregamos o Relatório 2015 do Greenpeace Brail sobre Tapajós ¹ e a Revista em quadrinhos sobre o povo Munduruku ², e ainda fizemos uma foto para levar a solidariedade Mbya Guarani do sul para o norte do Brasil, onde estão os guerreiros Munduruku, resistindo contra a construção de mais uma hidroelétrica e lutando para preservar suas tradições, sua casa, o Rio Tapajós e a floresta! #TapajosLivre #ArteTapajos
Junte-se à nós e ao povo Munduruku e vamos juntos proteger o coração da Amazônia! ASSINE já! http://bit.ly/29gh0yX
1- http://greenpeace.org.br/tapajos/docs/a_luta_pelo_rio_da_vida.pdf
2-http://revistagreenpeace.org/edicao/4/resistencia/?utm_campaign=Ind%C3%ADgenas&utm_content=24600700&utm_medium=social&utm_source=facebook


https://www.facebook.com/greenpoa/photos/?tab=album&album_id=1057580677644343