quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Entrevista com Leisinho




Joslei Lessa, mais conhecido como Leisinho. Entrou pro GPPOA em Abril de 2001. Desde lá - e mesmo antes disso - atuando pelo Greenpeace ou de outras maneiras, é um exemplo na luta por um mundo melhor. Tranquilo, entendedor e apaixonado pela área ambiental, Leisinho promete um grande futuro na área de Educação Ambiental ou, quem sabe, a frente de causas na Amazônia... =) !!

Na entrevista, ele nos conta um pouco mais dele, de suas atividades e interesses, além de suas vivências no Greenpeace - como nas duas vezes em que foi tripulante do Arctic Sunrise.



Como chegaste ao Greenpeace?

Leisinho: Desde a época do colégio no ensino fundamental, tive acesso a vídeos e documentários ambientais que incluíam ações e campanhas do GP divulgados por professores que foram marcantes na minha formação. Na época, minha inquietude e vontade em fazer algo, me levaram a buscar sem sucesso organizações e entidades para atuar, em minha cidade Gravataí. Minhas intervenções se restringiam a ações em casa, no círculo de amigos e diálogos doméstico, principalmente com minha mãe, que dava muitas orientações. Tempos depois, tive notícia de um openboat no cais, em Porto Alegre, no dia das provas do vestibular, em janeiro de 2001. Não hesitei em fazer as provas rapidamente e me mandar para o cais, onde lá estava o simpático Motor Yacht Arctic Sunrise aberto a visitação, o mesmo quebra-gelo que passaria, anos mais tarde, alguns dos melhores meses que já vivenciei. No final do openboat havia um livro de assinaturas para quem tivesse interesse em ser voluntário: não tive dúvida e assinei, mesmo com a impressão de que a distância entre mim e o Green não permitiria tornar-me um voluntário. Para minha surpresa, poucos meses depois recebi uma ligação convidando para uma reunião do grupo de voluntários de POA, também chamado de GPPOA. Na ocasião, senti uma sensação tal que imaginei ser a mesma sensação de um jogador de futebol que acaba de ser convocado pela primeira vez a seleção. Desde então, com os muitos treinamentos, o convívio com a militância e com pessoas experientes e extraordinárias me fizeram e ainda fazem carregar e lutar com afinco por esta bandeira verde, pela defesa do nosso planeta.

Quais foram os momentos mais marcantes para ti como voluntário?

Leisinho: Nestes anos de militância, tive diversos momentos marcantes onde pude sentir a sensação de estar realmente servindo ao planeta. Contudo, momentos especialmente marcantes foram nas semanas inesquecíveis que estive na Floresta Amazônica, navegando de Belém até Manaus pude sentir a imponência e imensidão verde da floresta, a Hiléia Amazônica. A propósito, o termo Hiléia (hulaia, do grego nemorosa , selvagem) que contextualizando pode ser interpretado como "inferno verde e selvagem", foi o apelido dado pelos exploradores Alexander Von Humboldt e Aimé Bompland no início do séc. XIX que assustadoramente deslumbrados com a onipotência e imensidão da floresta, a batizaram assim. Na ocasião pude entender o porquê.

Como foi a tua experiência no navio?

Leisinh0: Estive trabalhando no MY Arctic Sunrise em duas temporadas. A primeira, em 2004 foi como assist cook (assistente de cozinha) num tour de transgênicos de Porto Alegre a Paranaguá/PR e a segunda em 2006 como deckhand (marinheiro) num tour de Amazônia de Porto Alegre a Den Helder/Holanda. O dia-a-dia no navio é de muito trabalho, seriedade e dedicação nas funções atribuídas a cada tripulante. Todos são responsáveis pela segurança individual mas principalmente coletiva e isso decorre de um companheirismo muito forte dentro do navio, mesmo com as muitas e as vezes engraçadas diferenças culturais. O que mais marca a experiência a bordo é o ponto em comum: o foco na temática ambiental e a determinação em trabalhar pelo planeta.

Que pequenas atitudes tu adotas no teu dia-a-dia que contribuem para um mundo mais “verde”?

Leisinho: Bah, poderia citar algumas atitudes do dia-a-dia, mas acho que o mais importante é a constante reflexão sobre o que podemos mudar em nossa rotina e principalmente na rotina das pessoas a nossa volta. Acredito que devemos multiplicar a questão e buscar sempre informação para auxiliar nossas escolhas.

Quem tu consideras um ícone da luta ambiental?

Leisinho: José Antonio Lutzemberger. Ele e seu fiel escudeiro Augusto Carneiro além de influenciar e conscientizar muitas pessoas deixou imenso legado, livros, reportagens, palestras, artigos, obras e a personificação de seus ideais: o Rincão Gaia. Não posso deixar de citar duas senhoras que tive a felicidade de conhecer e as quais contemporâneas do Lutz, foram mulheres pioneiras, aguerridas e brilhantes, mulheres muito a frente de suas épocas e que nos deixam lições profundas: Hilda Zimmermman e Magda Renner. Fica registrado minha homenagem a elas.

O que tu consideras prioridade mundial atual na questão ambiental?

Leisinho: Poderia citar o AG, que é o tema mais recorrente hoje, até mesmo na grande mídia. Mas acredito que o grande problema está na visão distorcida que nossa sociedade tem da Terra. Precisamos mudar urgentemente nossa forma de ver e de atuar no planeta.

Mais sobre o Leisinho...

- trabalhos: Atualmente trabalho com programação PCP não é o melhor trabalho do mundo, mas está subsidiando meus estudos. Meu ideal profissional é trabalhar com o terceiro setor ou educação, pois acredito fortemente que são atividades que contribuem diretamente para construção de um mundo melhor.

- estudos: Meu foco de estudo é a química, a ciência da construção do universo. Também tenho estudado sobre educação e encontrei um campo muito interessante na educação ambiental.

- interesses: gosto muito de acampar, de preferência nos lugares mais afastados que possível, recarrego as energias assim. Gosto também de cinema, livros e musica.

- um lugar em Porto Alegre: Zona Sul, Belém Novo, Lami, Itapuã.

- um lugar no Rio Grande do Sul: Campos de cima da Serra, Cambará do Sul, Bom Jesus, Vacaria e no litoral norte Maquine e uma localidade de Osório chamada Passinhos.

- um lugar no Brasil: a região Amazônica.

- um lugar no mundo:
a região Amazônica.

- uma frase: "Nada existe de grandioso sem Paixão"
Hegel

4 comentários:

Mara Porto disse...

Muito legal Leisinho, continue este exemplo para nós os mais novos nesta luta.

Juan disse...

Parabéns ao Leisinho, um ìcone no grupo de Porto Alegre, grande Abraço.

Juan disse...

É isso ai Fran, esse blog nunca esteve tão bem.
Parabéns
Beijo

Anônimo disse...

Leisinho, essa entrevista só vem a confirmar que tu é um cara muito bacana, comprometido e apaixonado pelo meio ambiente, gostei muito!
Te considero muito!
Um abração,
Luciana