Os lojistas são os primeiros, como sempre, a entrarem no “clima do natal” ou, pra ser mais exato, a forçarem o público consumidor a abrir os olhos (e a carteira) para as compras de fim de ano. Afinal, pensam eles, os lojistas, natal só tem sentido com shopping center abarrotado e pessoas circulando por seus corredores carregando sacolas e mais sacolas de compras.
O tal “espírito de natal” há muito deixou de ser uma data para homenagear o nascimento do menino cristão salvador dos homens. A data também não serve mais para reflexões ou ações de caridade, solidariedade e confraternização entre pessoas e povos. Claro que há exceções! São poucas as pessoas que levam o tal espírito natalino original no seu existir, mas elas ainda existem e resistem. Nem tudo está perdido nestes tempos consumistas.
Quando chega esta época do ano (festas, presentes e tudo mais), confesso que uma nostalgia me invade e, aquela inocência infantil, que me alegrava no natal, já há muito me abandonou. Hoje, adulto e ambientalista, tenho outras preocupações e sinto que o meio ambiente sofre com tanta depredação para ser embrulhado em lindos papéis de presente. Não sou contra de as pessoas fazerem seus amigos e familiares felizes na noite natalina com suas lembranças e pacotes de presentes. Nada disso! Mas natal não é só um abrir de pacotes e mais pacotes com suas fitas multicoloridas! Ou não deveria ser, penso eu.
Sou um ser otimista e acredito que vai existir um tempo (num futuro não muito distante espero) que haveremos de recuperar a essência e o verdadeiro significado do natal. Espero, sinceramente, que chegamos a esta consciência por nós mesmos. A natureza, com certeza, irá cobrar a fatura de tanto descaso e desrespeito e nos forçará a uma atitude mais sustentável. Seremos forçados, pela nossa própria sobrevivência neste planeta já não tão azul, a mudarmos nossos hábitos.
Desculpem, não queria ser um ecochato e passar esta mensagem tão pessimista nestes últimos dias do ano que ora finda. Mas por vezes, é preciso estar atento e refletir um pouco sobre nossas atitudes e escolhas de vida. Temos um planeta lindo e bilhões de pessoas que aqui habitam que deveriam pensar nas próximas gerações (seus próprios filhos e netos) que merecem igualmente ter um lar (TERRA) para viver.
Brindemos ao novo ano que se aproxima e vivamos estes dias em alegrias rodeados de bons amigos e familiares. Vamos festejar sentimentos de fraternidade, solidariedade e amor com o ser humano que existe em nós e compartilhar tudo isso com nossos amigos e familiares. A felicidade – se existe – não está nos bens materiais, mas nos momentos vividos e nas boas lembranças que deixamos nas pessoas que amamos.
Sejamos, nós mesmos (com nossos sorrisos e abraços), o presente a ser compartilhado nas festas de fim de ano.
Texto: Valdeci C. de Souza
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