Comitê DF defende a preservção das florestas e o não retrocesso da legislação brasileira (Crédito: Greenpeace)
Foi lançado oficialmente nesta segunda-feira (10), no Museu Nacional da República, o Comitê DF em Defesa das Florestas, braço do Comitê Brasil que atua na capital federal. O grupo se posiciona contra a anistia a desmatadores proposta por Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e outras alterações previstas no Projeto de Lei do Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados em maio, e que tramita agora no Senado. O objetivo principal do lançamento foi a coleta de assinaturas que ajudarão a pressionar os parlamentares e o governo na luta em defesa das florestas.
A proposta de reforma da legislação ambiental brasileira está agora nas mãos dos senadores. Com as mudanças no texto aprovado na Câmara, o projeto ainda retorna à apreciação dos deputados e, depois, vai à sanção presidencial. Em sua campanha eleitoral, Dilma Rousseff prometeu vetar dispositivos que causassem mais desmatamentos e que comprometessem os compromissos firmados internacionalmente.
Segundo Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, os compromissos do governo, entretanto, não estão concretos. “A promessa do veto ficou diluída em todo o processo. É preciso, então, orientar a população civil e dar todo o apoio político necessário àqueles que querem fazer as mudanças profundas no projeto de lei, para que possamos cobrar depois.”
O Comitê se configura como um espaço propício para tais mobilizações. “É um espaço de convergência, de articulação e mobilização da sociedade”, diz Pedro Ivo Batista, membro do Comitê Nacional. Segundo ele, “Esse tipo de organização só aconteceu no Brasil na campanha das Diretas Já e no movimento Ficha Limpa.”
O Comitê Brasil, fundado em 07 de junho de 2011, é constituído por 114 entidades e redes civis, e visa coletar um milhão de assinaturas antes da votação da matéria no Senado. Para Tatiana de Carvalho, da Campanha Amazônia do Greenpeace, “é muito importante a mobilização da sociedade em todos os estados. Só assim nós poderemos reverter esse imenso retrocesso na legislação ambiental.”